quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O gatilho do amor

Qual a medida do amor? Acho que há um consenso de que não existe tal mesura. Mas gostaria de aqui introduzir um novo conceito: o gatilho do amor. Não me demorarei muito em defini-lo, nem dele farei um tratado. Quem sabe depois. Fiquemos por enquanto na essência. O gatilho do amor é exatamente aquele momento que firma a conexão sua e do outro. Se não se mede o amor, podemos dizer que o gatilho é aquela dose que enche a gente. Ou que nos transborda, ainda não sei dizer bem. O que importa é que o gatilho nada mais é do que aquele momento em que o mundo finalmente inexiste a não ser ele e você.


Dá-se inesperadamente, é claro. Para mim, bastou (e veja aqui que o que basta é apenas para o momento; tão incomensurável é o amor que jamais poderia expor aqui tudo o que compôs a construção do sentimento. Foquemos no gatilho, e no gatilho apenas) a minha mão entrelaçada à dele, meu braço ao seu redor, e minha cabeça deitada em seu ombro. Nenhuma ação que não já tivéssemos feito anteriormente. Me pergunto: o que teria feito daquele instante tão único, então? Vai ver foi a medida, no acúmulo desses tantos outros instantes. Portanto, o gatilho é essencialmente o momento, e não propriamente a ação. Daí veio aquele calor agradável, indo então por cada centímetro. E à minha boca vieram as três palavras, tão perdidas e banalizadas. À minha boca vieram, e por lá ficaram. Talvez tenha pesado o uso indevido delas. Ou quem sabe só precaução. Mas aqui dentro, eu sei o que me preencheu. E se já estou assim cheio, em breve vai transbordar.