O que se via ao longe era o campo de cana-de-açúcar e o céu alaranjado ao fundo. Pôr-do-sol. Esplendorosa visão! Ouviam-se pássaros; os poucos que ainda ousavam cantar com a noite por vir. Só que o sol no momento era mero coadjuvante; prólogo, prévia, teaser. Estava apenas abrindo para a atração principal:
A Lua. Que mais os dois iriam querer ali? Jogavam conversa fora entre um beijo e outro, só na espera. Claro que a cena era inegavelmente belíssima, mas para eles servia só como distração. Aguardavam-na ansiosamente, ainda mais sabendo que seria cheia!
O tempo passava. Saiu laranja, dando lugar a um vago azul puxado para o marinho. Escurecia. Chegou num roxo. Um leve tom avermelhado, ainda que marrom, chegou a manchar o céu. Fora rápido, passou com a nuvem que chegara. O roxo voltara, e logo se ia.
E então enegreceu.
Mas assim, negro? Com Lua? E cheia? Inaceitável!
O azul esperado, daqueles que se acha que já se amanhece quando não passa das sete horas, aquele que se dá com o brilho lunar, não chegou. Passaram-se horas. Nada.
A Lua havia sumido.
Frustração. Mais dele do que dela. A promessa era simples: saia comigo, só para ver a Lua. Mas e cadê ela? A moça se afastou. O rapaz a indagou.
-Sem Lua, nada feito.
Encucou-se. Coçou a cabeça. Esclareceu-se.
-E trazendo-te Lua?
-Aí aceito!
Estava decidido! Ele, Zé Ninguém, de família desimportante, sem grandes feitos, traria a Lua de volta para ter o amor de Maria Mariana Vacumotra! E nada o tiraria de sua jornada.
Nada mesmo. A mãe chamou para o jantar, e quem disse que voltou? O professor ofeceu-lhe bolsa, e nada de regresso! O futuro patrão, então, deu-lhe emprego de bom sustento, mas ele se manteve!
Só tinha cabeça pra Lua mesmo.
O NOME DISSO
Há 5 meses
Um comentário:
Como assim a Lua sumiu? Que tristeza! Que calamidade! E agora?
Ele podia ter renegociado a saída, um sorvete, um cineminha, em vez de prometer a Lua...
Espero a continuação.
Ei, por acaso fosse a um casamento ontem? Beijos!
Postar um comentário