-Zinho?
-Diga, minha filha.
Dolant falava com ele assim. Se é que podia chamar de ele. Se é que podia chamar de alguém! Quem é? Ah, aquele que dizem todo poderoso... Deus, Jeová, Alá, que seja.
-Cê num acha que a vida poderia ser mais do que já é?
-Mais como?
-Ah... além.
-Ora, foi para isso que eu dei às pessoas a capacidade de criar!
Dolant pensou bem muito e teve uma ideia: criou um deus. Não foi fácil, teve que ter muita concentração e desejo. Dizem até que passou anos pensando apenas nisso para consegui-lo! Mas criou. E esse deus foi forte: criou uma vida mais do que já era.
-Zinhoinho?
Era assim que Dolant chamava o deus dela.
-Sim?
-Meu deus me deu o poder de criar meu deus. E se ele também tivesse sido criado por alguém com o poder de criar um deus?
Zinhoinho não respondeu. Não que fosse incapaz; só não queria dar a Dolant a resposta.
Mas isso não importava, e Dolant sabia que não.
O que importava é que ela tinha ido além, e isso fez dela seu próprio deus.
O NOME DISSO
Há 5 meses
Um comentário:
podíamos tomar uns goles de uísque e cuspir na mesa, na cara da empregada, dar um tiro na cabeça. podíamos tantas coisas quando criamos. mas quando somos criaturas...
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