terça-feira, 14 de abril de 2009

Ah, a linguagem!

2009 para mim começou mais tarde. E o pior: nem tinha notado isso. Por três meses fiquei vivendo num mesmo clima do ano passado, com os mesmos comportamento e postura de 2008.
Na verdade, dá até para considerar esses meados de março em diante como um 2008 e meio, meio que uma fase de transmissão.

Mas se assim for, o que aconteceu de tão importante em abril para o ano novo ser finalmente declarado? Pois é, foi algo grande. Para mim, claro, confesso ser esse um texto apenas para que fique de registro essa fase atual.

Sabe a sensação de você escolher um curso na universidade por não achar que nada mais lhe serve? É como o último garoto escolhido no jogo de queimado, barra-bandeira, enfim: você não o escolhe porque quer, mas sim porque é a última opção. A diferença é que os demais garotos, no caso cursos, não foram escolhidos, mas sim eliminados; diferentes demais. E é aí que tá: uma coisa é você escolher um curso por ele lhe atrair, apresentar um destaque, outra coisa é você decidir por aquele que menos lhe causa aversão.

Pois é, assim fiquei. Desde 2007. E foram 2,4 longos e relativamente felizes anos com Ciências da Computação. Mas o último ano do Ensino Médio é complicado: você finalmente percebe que o vestibular vai acontecer, e não tem jeito. E aí? Seja o que você decidir, deverá ser algo que, em tese, perdurará por mais no mínimo 4 anos. E então foi que eu pensei: será que aprender cálculo, linguagem de programação e sistemas de informática é o que eu quero pelos próximos 4 anos?

A pergunta perdurou. O curso havia sido uma decisão forte, tivera dois anos para formar alicerces! A pergunta precisou criar igual força. Levou menos tempo, de fato; e foi chegando aos poucos.

A verdade é que a minha maior dificuldade foi exatamente quebrar a certeza de Ciências da computação. Não havia como! Em tempos como vestibular, destruir uma certeza dessas desestrutura você para as demais atividades do ano! E portanto, o processo foi penoso.

Houve brigas comigo mesmo. Reconciliações comigo mesmo e com demais outros. Por mais estranho que seja, o simples fato de dizer em voz alta "Eu vou fazer Letras" mudou totalmente tudo. A simples profissão dessa frase foi capaz de fazer como que a escolha anterior pela Ciência nunca houvesse ocorrido.

Mudei. E nunca me senti tão bem por isso! Uma coisa é escolher um curso por falta de opções, mas outra totalmente diferente é ter realmente uma prefêrencia! E aí surge a pergunta: por que não escolheu antes?!

Medo, claro. Dois dos meus irmãos (os únicos, vale dizer) seguiram pelo caminho exato. Confiança! Se deu certo para eles, daria para mim! Tolice, sim! Mas felizmente percebida antes que fosse preciso esperar o vestibular 2011 para mudá-la.

2009 para mim começou mais tarde.
E para mim ele acabava por aqui mesmo, para que eu finalmente pudesse entrar para a universidade. Mas, first things first!

Bem-vindo, 2009! Que continue a ser um ano de agradáveis mudanças!

3 comentários:

Bruna monteiro disse...

Eu falo com o povo de Jornal que entrou, todos no entusiasmo! Agora quando falo com alguém que saiu é sempre a mesma resposta: decepção. Os professores de jornal são, na sua maioria, PROFESSORES QUE DÃO AULA DE JORNALISMO, e não jornalistas, de fato.Aquele que vai pra rua, que vira a noite trabalhando. Na labuta, dizem que é muito diferente. Tem que servir muito cafezinho pra chegar aonde quer, e o que você quer nem tem muito espaço, nem dá muito dinheiro, e algumas vezes, NÃO HÁ NEM CONDIÇÃO DE TRABALHO. Precisa ir pra algum lugar, vai no seu carro, ligar pra marcar entrevista: DO SEU CELULAR. Até os bem sucedidos, dizem que a faculdade não é tão boa, mas acaba achando seu rumo. Afinal de contas é bom ter um lugar pra onde começar, um caminho pra seguir.

Aí eu penso: é isso mesmo que quero? Essa decepção? Mas se eu não for jornalismo faço o quê? E olho pra todos os cursos, suas cadeiras, futuro. Não me vejo sendo outra coisa se não for jornalismo, não me vejo sem escrever, sem fotografar, sem investigar o mundo. E fazer isso como trabalho e não hooby. Pensei em letras, pensei em história, pensei em rádio-tv. Mas sempre falta alguma coisa, sabe? Eu sinto que o que eu quero é isso. E pelo visto, até essa decepção entrou nos meus planos, parece que completa o curso, e como alguns conseguiram, mesmo depois de muito suor e pouca ajuda da universidade, chegar lá, não vejo outro caminho pra mim.

E que venha a decepção, e que eu leve muita patada aprendendo tudo na prática, que eu arrange chefes pacientes com estagiários inexperientes, e que eles tenham tempo pra ensinar o que eu não sei. Que eu passe em jornalismo. AMÉM!

Marina disse...

Engraçado que nunca passei por esse "divisor de águas", sempre soube o que iria fazer. Perceba: que "iria", não que "queria". Sinto que às vezes sou racional demais, a despeito de sempre sentir demais. Não sei se pagarei pelas minhas escolhas, um dia; prefiro pensar que qualquer escolha que fazemos é a certa. Porque nunca voltaremos no tempo para testar as outras.

Boa sorte, Renato.

Unknown disse...

Meu irmaum pirra eu sempre achei que letras fosse a tua cara e que tu tava com medo de mudar justamente pq o ano já tinha começado e tu tava todo organizado enfim...
Logo no comecinho do ano surgiu a ideia que gastronomia me agradava, eu juro cheguei a chorar pensando em todas as mudanças que eu teria que fazer, isolada, area, turma...
Mas vou ficar com jornalismo mesmo e vejo que aqui embaixo tem uma concorrente[?][melhor ser futura companheira de classe ;P]eu li o post dela e concordo plenamente, foi por isso e outras razões que coloquei o curso de jornalismo em duvida e comecei a procurar outras coisas que me agradavam, ate fui buscar em caminhos tão distantes que achei gastronomia hahuauhauhuhauh, mas eu já desiti total..
eu vou ficar mesmo com jornalismo, eu gosto muito sempre gostei, e é isso ai, estou disposta me esforçar e sempre quem se esforça se dá bem..[ou não]mas tô pra descobrir isso..heuhueheuh
Tenho pena dos pobres coitados que ainda estão na indecisão, e o tempo vai passando tão rapido que alguns deles escolhem na doida.
A unica verdade é que não temos maturidade suficiente pra decidir uma coisa tão importante em nossa vida em tão pouco tempo.
meldes =O isso ficou garnde