segunda-feira, 25 de maio de 2009

Meu irmão.

Uma ligação. Percebi por pouco: com o celular no silencioso, só a constatei porque a tela do aparelho se acendeu.
Marcio Neves.
Por que meu irmão tá me ligando, me perguntei. Ele no momento se encontrava no andar de cima da casa. Atendi.

-Réquiem para um sonho tá passando agora, no Telecine Cult. Acabou de começar. Se quiser gravar...

Ele sabia que eu queria ver o filme.
Meu irmão. Que há uma semana, havia feito um escândalo por causa de sua caixa de som fora de seu computador, retirada por mim, exigindo que a colocasse no seu lugar de origem imediatamente; mas que só efetivamente precisara dela uma semana depois.
Meu irmão. Que usou de todo o tempo do almoço para menosprezar minha escolha de curso universitário, evidenciando a opinião de que, para ele, o dele era superior.

E ainda assim, meu irmão.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Desperdício?

-Tu vai fazer que área?
-Humanas.
-Poxa velho, que desperdício... faça saúde!

A indagação veio de um dos meus professores de Biologia, tendo como alvo minha pessoa. Eis que comecei a pensar:

Desperdício? então todas as pessoas realmente inteligentes estão em saúde? O resto fica para as outras áreas? Literatas, artistas, jornalistas, políticos, advogados, filósofos, sociólogos, são tudo pessoas incapazes de ser o máximo que poderiam?

Longe de mim me comparar a eles, mas e os grandes gênios das ciências humanas e das artes? Filósofos como os iluministas, Marx e Engels, de extrema importância para o desenlace de grandes acontecimentos no mundo... músicos, escritores, pintores e escultores como Villa-Lobos, os Andrades, Tarsila do Amaral, Brecheret, fundamentais para a consolidação de uma identidade nacional... todas as contribuições por eles dadas são desprezíveis comparas às que poderiam ser obtidas caso seguissem um outro caminho? Seria mais útil, então, se virassem médicos?
Era isso o que ele queria dizer?

Pena que só cheguei a essas conclusões três dias depois da pergunta. Sou péssimo para vencer discussões imediatas.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Dezessete anos e meio,

mas quem está contando, não é mesmo?

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Que pele!

Cordialidade. É assim que começa. Na verdade, com uma piadinha.
-Eu já ia embora!
Pois é, tenho hábito de chegar tarde. Desculpei-me, né. Me deitei na mesa, e começou o procedimento. Ela passou uns dos 45978273 cremes conhecidos pelo homem, cada um com uma específica função que ninguém sabe ao certo, mas que no final fazem a mesma coisa: tiram acne.

Quem foi numa limpeza de pele deve saber do que falo. Certamente, uma experiência curiosíssima! A sensação de ardor quando é posta aquela substância que deve ser baseada em eucalipto, menta, enfim, qualquer coisa que se pareça com pasta-de-dente na cara... bom, é uma sensação única, de fato.

Mas nada mais único do que a hora H: espremer.
Aparentemente nada está errado. A dra. (é?) vai apertando aqueles malditos pontos vermelhos, tirando os hospedeiros indesejáveis; você faz uma expressãozinha de repulsa de vez em quando, mas nada muito forte, porque você é macho e não aguentar isso é coisa de menina.

Mas em sua cabeça, aaaah em sua cabeça!

Chegando no nariz, ela diz:
-É, agora vem a pior parte.
-Infelizmente - dou um riso, disfarçando.
Louca! Louca! isso é uma sádica! Torturadora profissional, já trabalhou no exército, aposto! CIA, FBI, que seja, um desses ela fez parte! FILHA DA MÃE DEIXE ESSA QUE TÁ INFLAMADO!
-
Eita, tá inflamado... vai doer, viu?
você jura? Nem tinha sentido! obrigado por avisar, saber que vai ser extremamente dolorido me alegra profundamente!
-
Ih... essa eu tô vendo que vai ser como um filho!
tu jura que tá ajudando, não é? NInguém te ensinou que comentários do tipo "tá quase lá!" são um incentivo! Vai, diz que é como um filho, é exatamente o que eu quero, ter um parto agora!

Pra finalizar o ambiente falta apenas uma daquelas músicas de elevadores, só para aumentar o contraste com a cena na mente. Tudo na aparência de tranquilidade por fora, que belo!

E o pior é que agora depois de tudo não vejo tanta diferença.

domingo, 10 de maio de 2009

The canals of my city

E ao passar pela ponte Limoeiro, a janela do ônibus revela tantas outras pontes espalhadas, e a lua espelhada no Capibaribe. E então, naquele breu da avenida, lembro-me daqueles na rua, no chão, dormindo por ali. Numa contraditória influência do filme que acabo de assistir, em minha cabeça esses versos se formam:

I love my city
Even though it's not perfect

We should love the imperfect
the almost perfect
the perfectless

Cause that's what it takes to make it perfect.

sábado, 2 de maio de 2009

Why so genius?

"Introduce a little anarchy… upset the established order… and everything becomes chaos. I'm an agent of chaos. And you know the thing about chaos? It's fair."

Many questions come up with The Dark Knight. Many lessons of humanity too. Is there someone willing to sacrifice himself for a greater good? If you were to kill someone in order to survive, would you do it? How far does anyone go without trespassing human ethics?

But for some reason, the question that impresses me the most refers to this: geniality and madness. Joker was a freak for everyone, but he was also a genius. He was beyond general understanding.The fact that he could not only see, but understand what other people couldn't doesn't make him a mental, someone inferior. His world wasn't distorted, it only had different concepts from ours. Are our concepts the right ones? The only ones? Aren't there other ways to be followed?

Please note that I don't support his attitudes like killing. What intrigues me is that he had a completely different way of life. He wasn't attached to material stuff nor people. He says he has an objective, but he doesn't know what to do once he reaches it. For me, he's intrigued by the society. He sees us as an outsider. He knows that, somewhere deep into us, he lies. So we suit him as lab rats.

But he's not alone. Representing another side of geniality, we have Batman. Actually, not him exactly; a part only. The part that doesn't think rationally, the one that gives in so people can have hope. That part is not a person at all; it's an agent for an ideology. A part able to destroy itself so things can change. The capacity of seeing and executing such an action... only a genius can make it.

And then, remains the question: does geniality require madness? Before everything, what is madness? Someone who doesn't follow a pattern, the regular way of life. But then again, what makes us sure our regular way of life is the right one?

In my opinion, yes, geniality requires madness. But madness is not necessarily something negative. To be a genius is something so unique that a completely different mind organisation is needed. A different way of seeing the world.

So, who wants to be a genius?

-

Traduzo assim que possível