terça-feira, 18 de novembro de 2008

palavra

plantou-se uma semente;
sabe-se lá quem foi.
Veio o passarinho do acaso:
germinou.
Ou será que só existia?
só e sempre?
dispensando o indispensável?

Vai saber.
sabia a procedência:
cresceu. E como!
espalhou galhos
como que a alma fosse luz
a mente fosse ar

mas só disso não sobreviveria!
e não sobreviveu. não só.
necessitou ser regada,
adubada:
teve outros.
seja pela demonstração de interesses mesmos
ou pela dominação daquilo que idolatrava
ou melhor,
conhecimento.
Quem poderia dominá-la, afinal?

De onde veio era o mistério
o que se tornaria eram os sonhos
mas o que levou ao seu aparecimento foi claríssimo

viu que mudou,
aos poucos.
Ingadagações não faltaram
a ele o que teria acontecido?
mal sabiam,
aquilo era a mais profunda arte:
a palavra.

2 comentários:

Thaís Cavalcanti disse...

tou puta que esse blog não gosta de mim - e provavelmente não de você, já que tás quase dependente disso aqui - após esse comentário e você já pode jantar!

ps.: não se deprima, daqui a pouco eu comento, de fato. é porque sou pessoa preocupada com a nutrição alheia!

Marina disse...

É a nossa arte; a arte que nos acalma em dias turbulentos. Colocamos nossa arte no papel e somos capazes de enfrentar todos os desafios do mundo outra vez. O que seria de nós sem ela?

Belo poema. Abraço.