sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Bola de cristal mental? 2.

Ainda fiquei por contar os causos dos ônibus. Seguinte: Há um episódio particular e várias ocasiões.

O episódio particular remonta uma situação como as duas anteriores. Lá estava eu almoçando num restaurante próximo ao colégio, na fila do pagamento da conta, esperando só a quitação desta para poder pegar o ônibus e sair em minhas aventuras pelos cursinhos da vida. Eis que, enquanto espero a minha vez, vem aquele mesmo pensamento. Desta vez não como pergunta, mas afirmação:

"O passe-fácil vai acabar."

Repentino, inesperado. Na verdade, foi como ter sido possuído momentaneamente por uma entidade sabe-se lá qual, elevada ao ponto de extrair certezas tão certas.

Nesse caso, no entanto, não houve escolha. Não houve aviso. Foi só confirmação mesmo. Que podia eu fazer com isso? Estava sozinho, sem amigos para pedir dinheiro para a passagem; paguei o almoço com o cartão, e infelizmente tinha a certeza de que o cobrador não aceitaria o Hipercard, nem mesmo se eu fizesse toda a apresentação da propaganda, com direito a "Tcharam!" e tudo.

Dessa vez tomei o ônibus na esperança de estar errado: sem sucesso. A máquina acusou o fim dos créditos, e selou assim a minha passagem de saída do ônibus. Se bem que, mais uma vez, talvez eu tivesse ter dado maior crédito à minha previsão, e não ter esperado um erro da mesma.

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Os casos segundos dos ônibus são mais implícitos. Não há perguntas ou afirmações que vêm do nada; talvez até seja pura sorte.

Foi assim que eu pensei na primeira vez. Lá ia eu num Piedade/Rio Doce. Para minha infelicidade, todos os assentos encontravam-se ocupados. Ah, mas como valorizo a chance de ir sentado! Tudo bem, é algo que todo mundo espera, mas há preferências: um amigo meu mesmo prefere ir em pé a demorar mais. Eu volto pelo contrário, uma vez que sou grande apreciador das viagens no transporte público, uma vez dados os devidos confortos.
Mas enfim...
O ônibus estava sem assentos livres, sim, mas não havia muitos ali necessitando segurar nas hastes. Sendo assim, havia bastantes lugares para escolher onde pousar os meus dois pés como ponto de apoio. Escolhi um mais ao fundo, perto da porta, do lado esquerdo de todos os que repousavam suas poupanças nas cadeiras naquele típico dia derretedor de Olinda/Recife. Ali fiquei.
Aos poucos, várias outras pessoas iam entrando, mantendo-se assim como eu me mantinha.
Não deu muito tempo, a mulher que estava sentada na cadeira levantou-se para sair. Olhei ao redor: as mesmas pessoas que lá repousavam ali se mantiveram até o momento em que pude desfrutar de tal posição. E lá continuaram então.
Não dei muita bola no momento. "Que sorte em parar justo num lugar onde a pessoa se levantou rápido!", pensei no momento. Afinal, numa rota como a de Piedade/Rio Doce, ir sentado praticamente se torna um pré-requisito.

Mas percebi que essa "sorte" foi aumentando. Em um outro caso, num mesmo Piedade/Rio Doce, só que dessa vez no sentido Piedade - Olinda, acabei por encontrá-lo assim: cheio de gente. Postei-me ao lado de uma outra mulher [o fato de serem ambas mulheres foi coincidência, pelo menos no que eu analisei]. Ao parar no Shopping, poucos foram os que desceram. A mulher foi uma deles. Me colocasse eu em outro ponto, outro oportunista pegava o meu lugar.

Isso se repetia freqüentemente. Uma outra vez, só não sentei porque o meu amigo estava mais próximo do lugar vagado, mas tenho certeza de que só o conseguiu por minha causa.

Seria uma índole? O Universo arrumaria um jeito vagar um lugar para mim?
Seria meu campo energético? As pessoas se sentem repelidas pela energia que eu emano quando estou em pé num ônibus?
Seria meu subconsciente? Ele, ligado com os outros demais subconscientes, conseguisse saber qual daqueles ali no ambiente logo não mais ali estariam, e, diferentemente de subconscientes comuns, mandaria uma mensagem para o cérebro me induzindo a ir ao lugar escolhido?

Ou seria só sorte?

O que fica para ser perguntado também é o intuito de tal previsão. Afinal, pra que raios ela apareceria? Para o mais próvável, ou seja, alertar o ocorrido? Ou será que vai além? Vai ver aparece só para que eu a possa negar achando-a improvável, e então, quando passar a acreditá-la, ou desaparece ou então se torna falsa.

Ah, as dúvidas,
as previsões.

Um comentário:

Bruna monteiro disse...

" Isso se repetia freqüentemente. Uma outra vez, só não sentei porque o meu amigo estava mais próximo do lugar vagado, mas tenho certeza de que só o conseguiu por minha causa." tenho certeza disso!
ishiuahsuiaisa.
finalmente a história do ônibus! :]
beijos moço medium!