sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O momento.

O momento era único. Sim, começo mais esse texto falando sobre Capitu. Pegava-me de boca aberta, esboçando olhares de admiração e repetindo "que coisa incrível!" sem qualquer cansaço.

Mas o momento foi, não era. O irmão não hesitou em fazer o que sempre faz: adentrar no quarto e acenter a luz, sem se perguntar o porquê de ela estar apagada.

-Marcio!
A reclamação foi instântanea. Claro!
O desprezo veio em igual velocidade.
-Que é, menino? Qual a diferença? Raiva, como que agir como sempre o fez fosse seu direito.

Qual a diferença?
Analisando pela óptica dele, nenhuma, eu diria.
Mas desde quando sua visão era lei?

Não pôde perceber. Não o julgo incapaz; vai ver apenas não o queria. Se não queria, seria profundamente idiota. Consideremos apenas que não sabia o que não podia perceber, a grandiosidade dos grandes.

Qual a diferença? Toda. São momentos como aquele, interrompido pelo mero propagar de luz, que se mantêm contrariando as leis de decorrência temporal: eternos.

Um comentário:

Marina disse...

Sim, eu vi de luz acesa, mas não fui interrompida. O final foi perfeito; queria ver tudo outra vez. Acho que babei o chão todo.