terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Música, windows media player!

O início vem difícil, mas chega. Paciência!

Música. Na verdade, essa é a palavra central do texto; não deveria entrar aqui, no início. Mas tudo bem, comecemos assim.

O fato é que tenho pensado sobre música por agora. Não no geral, nem em relação a eu querer tocar. Mais fácil dizer o que é do que manter-me eliminando alternativas erradas. Me vêm à cabeça músicas que, sabe-se lá motivos, destacam-se para mim quando ouvidas. Tentarei explicá-los.

A primeira aqui não poderia ser outra senão The Scientist - Coldplay. Libertação. Ouvi-a por acaso numa novela há muito tempo, sequer lembro-me qual, talvez O Beijo Do Vampiro. Saí perguntando desesperadamente quem seria o grupo que a cantava, até que o encontrei, junto ao nome. Surgiu aí a minha primeira paixão por uma banda: costumava digitar coldplay no kazaa ou no shareaza e baixava qualquer arquivo de áudio que aparecia. O jeito era esse, uma vez que algo tão útil como a comunidade do orkut Discografias não existia. Mas era bom assim.
A verdade é que The Scientist veio me acompanhando até hoje, já fazendo bem uns cinco ou seis anos. Letra e melodia combinam-se na tentativa de reverter um presente prejudicado, voltando ao passado. É uma música muito forte, ouvi-la sempre me deixa extremamente emocional. Me permite entrar em contato com esse outro lado, sempre que preciso pôr pra fora algum sentimento pesado em excesso. Acho que dá para considerá-la assim: abre a ferida, mas no intuito de liberar o veneno.

Eis que me deparo com Spooky Couch - Albert Hammond Jr. Tudo o que consigo dizer sobre ela é que há um tom de misterioso em tudo. Spooky, como se o sofá de alguma maneira assustasse o observador. Mas a melodia me faz sentir muitas coisas, mas não assustado. Na verdade, admirado. E, no final, esperançoso. A esperança transmitida é tão forte que o meu desejo acaba sendo de que a música não acabe, no medo de que a sensação acabe com ela, o quê, infelizmente, ocorre. Integralmente instrumental, a música segue-se numa progressão feita em ritmo certo, como se, aos poucos, fossem desvendados os tão misteriosos segredos do "sofá".

E aí chegou I've Just Seen A Face. Não a versão dos Beatles, mas a produzida no musical Across The Universe, cantada por Jim Sturgess. Essa traduz nada mais nada menos do que o amor. A verdade é que ouvi-la me trouxe uma sensação nunca antes sentida: arrepios nos cabelos da nuca, descendo então para o resto do corpo. Magnífica sensação! Já li sobre ela em vários livros, mas senti-la é algo único. É música de casal, música para ser cantada sempre que possível para a parceira, mostrando o que ela é capaz de fazer comigo.

Mas mais ou menos na linha há também Outros Sonhos, de Chico Buarque. Utopia: é a palavra que me translata o sentimento de ouvir. E como não poderia ser ela? Tudo descrito em letra mostram coisas que a humanidade vê como objetivo, particularizado no cenário carioca, mas ainda assim universal. Para mim é visto como o poema perfeito, daqueles onde o autor escreve e o vê insuperável, se é que isso é possível, pois a sensação de insuperabilidade impediria de continuar escrevendo.

E, por fim, apesar de eu achar que ainda há outras músicas marcantíssimas, mas ser incapaz de lembrar, fica Battleships - Travis. Apaixonante. Não entendo, mas é essa palavra que surge ao pensar nela, no meu fluxo livre de imaginação. Não é em alguém específico que penso quando a ouço. Nem no fato de existir alguém, qualquer que seja. Diria que é mais... em mim mesmo. Fico embalado em sensações próprias, numa situação de felicidade extrema e transbordante ainda que plena, e mesmo que tudo na letra indique que tal sentimento utópico seja causado por uma pessoa amada. Como se por dentro tudo estivesse a explodir, mas só interiormente. E como se toda essa reação seja desencadeada de fato por um outro alguém, mas que o objeto de meu interesse seja só a reação em si.

E só para não deixar como se não houvesse interesse nenhum pela banda, tenho que falar de Los Hermanos. A verdade é que não consigo encontrar uma música favorita dentre a obra. Não vou dizer que todas são minhas favoritas: algumas me desagradam. Mas a maioria, sim. Diria que a obra deles fica para a vida toda. Não há uma música única. Não que todas sejam iguais; mas, no caso das acimas descritas, uma música aparece mais forte dentre outras. Com as deles, não: todas são fortes demais e aparecem em mesma proporção. Tudo bem que há muitas que se destacam. Mas, não entendo o porquê, escolher uma melhor entre elas é impossível. Não me sinto como se tivesse traindo as demais, e não estou enganando a mim mesmo, realmente não consigo eleger tal posto. Mas que fique registrado o meu interesse maior-mor pelo conjunto.

E outras virão. Que fique aqui a certeza.

4 comentários:

Anônimo disse...

Engraçado ver como o humano é tão auto-suficiente às vezes. Ele consegue se encantar bastante várias vezes com uma canção, criada por instrumentos feitos de suas mãos, combinados por suas idéias. Não há nada divino, mas tem gente que acha, de tão impressionantes as sensações que as músicas causam (combinadas às interpretações, vale lembrar). Só diria que divino é o modo como a gente acaba tocado por elas. Parece que alguém nos envolveu diretamente, e com cada música é de uma forma diferente, mas acontece de um jeito tão indireto...

Marina disse...

Adorei quase todas as versões de Across The Universe. "I've just seens a face" foi a primeira música do filme que eu ouvi, porque ela tocava no trailer que me passaram no youtube, o que me trouxe a vontade de ver o filme. Adoro The Beatles, sou realmente fã e adoro versões em geral. Do filme, destaco "Revolution", uma das melhores cenas.

Chico Buarque não precisa de comentários. hehe

Mas referente ao "sentir" de que você falou, não são poucas as músicas que me trazem sensações curiosas; de euforia, saudade, júbilo... Até sentimentos que não estou sentindo, como saudade de algo que ainda não se foi. Sinto isso com a música "Slipping through my fingers", de ABBA. Não consigo ouvir sem chorar.

Enfim, comentaria as outras músicas, se as conhecesse. Beijos!

Marina disse...

seen*

Marina disse...

Hahaha! Não esquenta, a gente tem mais é que se inspirar mesmo. Bom que você gostou. Beijos!