sexta-feira, 11 de julho de 2008

E... é isso, cara.

Não tem o que se falar. Ou talvez tenha, afinal de contas, estou aqui, não estou? Bom, sei que tá uma vontade intensa aqui na garganta, praticamente destruída, de falar sobre isso. Bom, vamos lá.

Na verdade, nem pareciam muito empolgados pra ir. Sabe como é, com toda essa complicação de distância e transporte, a pessoa meio que perde a vontade. Mas a tudo se dá um jeito! E num é que se deu?

Poderia vir aqui descrever cada detalhe do show, cena por cena que me vem à memória; poderia ou posso? Bom, certamente os momentos mais marcantes merecem uma marcação escrita, ainda que virtual.

O que se pode dizer mesmo é que Teatro Mágico é uma coisa que dificilmente se é hoje: original. Devo admitir que talvez nem Los Hermanos o seja. Mas em que outro lugar já se viu algo como a/o banda/trupe/circo? Claro, ver os três separadamente é fácil, mas nunca surgiu a idéia de misturar tudo. E algo que pude comprovar agora, é a sua atenção e carinho por todos.

Voltemos ao show. Tirando o fato de que não veio A Primeira Semana, tá tudo ok. Não vou dizer que não fez falta, mas nada que estragasse. Bom, o uso de palavrões é permitido? Só sei que foi foda. E não consigo mais expressar de outro jeito. Cadê aquelas muitas palavras pra explicar? Ah, dane-se. O que foi importante? Eu consegui adivinhar muitas músicas antes de se iniciarem. E a minha voz esvaíu-se com ... . O apoio dado com O Anjo Mais Velho. E a Gabi me abraçou. Por isso, nunca mais tomarei banho. Muitos outros momentos me vêm à cabeça, mas já disse que descrever tudo e qualquer detalhe não seria o objetivo. Mas isso foram só acontecimentos; fatos. O sentimento não está contido nessas palavras. E como contê-lo? Não se pode! Palavras, ainda mais assim, virtuais, nenhuma mostrarão a emoção. A minha capacidade de usá-las a favor de minha expressão não é lá essas coisas. Mas não custa tentar!

Na verdade, o sentimento mais forte em mim ainda vem em ... . A letra, o ritmo, seja o que for, colocam o homem como ele é. Como sempre deveria ser, mas não é porque é muitas outras coisas ao mesmo tempo, que o impedem de ser. Fui claro? Enfim, ... é a variedade. É o tudo! Todas as possibilidades que podem se formar, os sonhos que podem se realizar, é como se cada pessoa tivesse um universo para si, onde lá elas podem ser aquilo que sempre quiseram. É abrir a mente, é ser, é a seressência. A essência!

Agora, peço as mais sinceras desculpas, fãs do Teatro. Sim, incluo-me nesse grupo, então peço desculpas a mim mesmo. Mas eu nunca poderei deixar passar aquele momento em especial, quando todos estavam na emoção de Cidadão de Papelão. De repente, fez-se silêncio da voz de Anitelli, mantendo só o instrumental. O ritmo, a expressão das pessoas era diferente da de muitos outros momentos; mais calma. Mas aí, ele volta sua boca para o microfone.

Ele a abre.
Daí então, toma fôlego.
Prepara a garganta,
E então,
vem o "Olha".
"Olha".
Que soe estúpido, mas agora vejo tal palavra como se fosse o ínicio da seguinte frase: "Olha, Renato, o que fizemos para você."

Pausa.

Não foi necessário o "só". Na verdade, nem foi preciso que ele entoasse um princípio de "s" que fosse. Naquele intervalo milionésimo de segundo, que é mais um instante, eu percebi. Devo dizer que não foram muitos que o fizeram! Só constataram o fato após severos segundos, um universo comparado àquela fração, quando o palhaço passou da segunda palavra. A verdade é que antes mesmo de ele soltar o "só", eu já estava lá na frente, quase entrando no palco, esgoelando feito um louco as palavras seguintes. Minhas pernas tremiam de modo que era impossível fazê-las parar. Achei que fosse a posição mal-equilibrada, mas começo a convencer-me do que disse minha amiga: foi o momento mesmo. Chamem-me de tiete ou o que for, mas nada nesse universo poderá compensar aquele momento. Talvez nem os próprios! Não que seja porque é TM que está cantando, mas foi o desejo que me fora causado ali naquele momento. Ali, mais do que nunca, eu desejei que fossem eles cantando. Na verdade, cheguei a imaginá-los ali, naquela hora. E foi naquele momento que eu senti a saudade cortante, incisiva. A falta que eles faziam. Mas foi também naquele momento em que me veio a esperança da volta, mais forte do que em qualquer outro instante nesse intervalo de mais de um ano.

Aah, Teatro Mágico! Haja sensações que possam ser causadas por vocês. É para momentos como esse show que se vale a pena viver.


[edit]: e depois da observação pertinente de outra amiga, não posso deixar isso de fora. Uma pessoa não é nada só. Os pensamentos dela, ou até mesmo de uma dezena de pessoas, só se tornam algo quando há outros para apoiá-los. Foi assim com o Teatro Mágico. De que seriam suas idéias de arte livre se não fosse o público?! E é assim conosco. Poderia ter Anitelli, a trupe toda, até Gabi! Mas de nada valeria se eu não estivesse com aqueles com quem estive.

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