terça-feira, 1 de julho de 2008

(In)Decisão.

Sabe aqueles sonhos que fazem sentido, onde meio que parece que você tem total controle sobre ele? Bom, meus sonhos sempre foram sem nexo: matei uma menina com um ioiô, o amigo do meu primo era um alien, beijei uma amiga e fui parar no estômago dela... dessa forma, sempre achei que sonhos "normais" eram coisa de cinema. Até hoje.

Cá estava eu tirando o cochilo na poltrona da minha casa. De repente, entre uma piscada de olho e outra, encontro-me na casa da minha tia. Até aí tudo normal, só que me deparo com Sérgio, o professor de Filosofia e Literatura (bem, não há como não deixar um pouco do sonho sem sentido), com a sua já conhecida camisa da seleção argentina de futebol. Ou vai ver eu não reparei na roupa dele, mas associei logo que estava com a tal camisa. Viagens filósoficas à parte... Ele começou a discutir sobre algo que eu discutira há pouco tempo com a minha mãe, no mundo real (ou não? quem dirá qual é o verdadeiro?), que era a escolha do meu curso na faculdade. Com ela, a discussão havia gerado uma dúvida: após um ano e meio de decisão, eu não sabia se iria fazer Ciência da Computação ou Letras. Depois de um tempo, decidi fazer Ciência primeiro, e então veria o que fazer com Letras.

Mas a dúvida havia sido gerada. E ele sabia disso. Afinal, quem mais especialista do que ele para gerá-las? Começou a contestar a minha decisão, do seu próprio jeito criador de interrogações. Eu falei para ele sobre a decisão que eu havia tomado. Sérgio se irritou, coisa que nunca antes havia acontecido. Eu, no entanto, permaneci seguro do que dizia. Expliquei a ele que primeiro buscaria o meu sustento com as exatas, para então partir para as humanas, o que realmente gosto. Acho que foi aí que terminou. Na verdade, antes disso, ele segurou minha prima (ou foi meu primo?) e começou a balançá-la freneticamente. Como eu disse, algumas coisas não podem mudar.

Encaro a vinda de Sérgio como uma forma de relutância de parte de mim a minha decisão. É como se esse meu lado inconformado socialmente não aceitasse a escolha pela Ciência, e se revoltasse contra isso. Mas veja só, a revolta foi tão grande que conseguiu trazer um pouco de nexo aos meus sonhos! Confesso que prefiro-os estranhos: são mais cômicos. Mas variar um pouco não faz mal. Quanto ao que decidi, a dúvida já foi gerada, não é mesmo? Há ainda um ano para que se "prolifere". Ou não. Ou não?

Um comentário:

Renato Contente disse...

we'll know that, won't we?